Em um marco preocupante na demografia francesa, o país registrou, em 2024, mais óbitos do que nascimentos pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial. De acordo com dados do Instituto Nacional de Estudos Demográficos (Ined), foram 630 mil mortes contra 629 mil nascimentos. Essa tendência de crescimento vegetativo negativo revela a gravidade da crise demográfica enfrentada pela França, que se agrava com o envelhecimento populacional.
A taxa de natalidade vem em queda contínua desde 2010, com a fecundidade atingindo 1,62 filhos por mulher em 2024. A situação é ainda mais crítica nas áreas rurais, onde a diminuição da natalidade é acentuada. Para contornar o problema, a ministra da Saúde anunciou um plano nacional focado na preservação da fertilidade e no aumento do acesso a serviços de congelamento de óvulos, enquanto o número de abortos voluntários também cresce no país.
O envelhecimento da população, com 22% dos franceses acima de 65 anos em 2025, gera preocupações sobre a sustentabilidade do sistema previdenciário. A força de trabalho pode continuar crescendo até 2040, mas a tendência de envelhecimento sinaliza um desafio iminente. Assim, a França se vê diante de uma corrida contra o tempo, necessitando de estratégias eficazes para equilibrar a pirâmide etária e garantir condições de vida dignas para todas as faixas etárias.

