Fóssil de mosassauro revela adaptação a ambientes de água doce

Rodrigo Fonseca
Tempo: 2 min.

Um dente fossilizado de mosassauro, datado em 66 milhões de anos e encontrado na Formação Hell Creek, em Dakota do Norte, está desafiando as concepções anteriores sobre esses gigantes marinhos. A análise química do fóssil revelou que um desses predadores poderia viver e caçar em ambientes de água doce, uma nova informação que amplia o conhecimento sobre o comportamento desses répteis. A pesquisa foi publicada na revista BMC Zoology e representa a primeira evidência de que mosassauros atuavam como caçadores fluviais no final do período Cretáceo.

Os cientistas utilizaram uma técnica de análise isotópica do esmalte dentário para determinar o tipo de habitat em que o animal viveu. Os resultados indicam que os valores de oxigênio e estrôncio encontrados no dente são compatíveis com água doce, sugerindo que o mosassauro não apenas transitou pelos rios, mas também se alimentou de presas aquáticas. A ausência de sinais de transporte pelo ambiente reforça a hipótese de que o fóssil pertenceu a um animal que viveu e morreu na própria região de Hell Creek.

Além disso, a comparação com outros dentes de mosassauros de diferentes épocas sugere uma transição na salinidade do habitat, permitindo que esses predadores explorassem novos nichos ecológicos. Essa adaptação pode ter sido fundamental para a sobrevivência de algumas linhagens antes da extinção em massa causada pelo impacto de um asteroide. Essa descoberta não só enriquece o entendimento sobre os mosassauros, mas também indica que sua diversidade e comportamento eram mais complexos do que se pensava anteriormente.

Compartilhe esta notícia