A ex-ministra das Relações Exteriores da Itália e ex-alta representante da União Europeia, Federica Mogherini, foi libertada na manhã de quarta-feira, 3 de dezembro, em Bruxelas, após um interrogatório que durou cerca de dez horas. Sua detenção se deu no contexto de uma investigação sobre suposto uso indevido de recursos da União Europeia. Além dela, também foram liberados Stefano Sannino e Cesare Zegretti, que permanecem sob investigação.
Os três indivíduos foram soltos por não apresentarem risco de fuga, conforme informou a Procuradoria da União Europeia. Eles são investigados por suspeitas de fraude, corrupção em licitações e violação de sigilo profissional, ligadas a um projeto da Academia Diplomática da UE. A advogada de Mogherini, Mariapaola Cherchi, afirmou que sua cliente foi libertada sem restrições e que o interrogatório foi exaustivo, com esclarecimentos completos fornecidos durante o processo.
Mogherini, que atualmente é reitora do Colégio da Europa, já ocupou cargos importantes na diplomacia da UE, incluindo a articulação do acordo nuclear com o Irã. A investigação levantou preocupações sobre a integridade das licitações da União Europeia, especialmente em relação a informações confidenciais compartilhadas durante o processo de seleção de candidatos para um programa de formação de jovens diplomatas. O desdobramento desse caso pode impactar a reputação das instituições europeias e o futuro profissional dos envolvidos.