Um estudo recente, conduzido por um arqueólogo da Universidade de Binghamton, sugere que a construção dos icônicos moais da Ilha de Páscoa pode ter sido realizada de forma descentralizada. A pesquisa, publicada na revista PLOS One, apresenta um modelo tridimensional que revela 30 áreas de trabalho distintas na pedreira Rano Raraku, desafiando a noção de uma coordenação centralizada. As descobertas indicam que as comunidades familiares trabalhavam simultaneamente, cada uma com suas próprias técnicas e ritmos.
Os pesquisadores utilizaram drones para criar um modelo detalhado do local, permitindo a identificação de 426 moais em diferentes estágios de produção e 341 trincheiras de extração. Essa análise sugere que, em vez de uma hierarquia rígida, a sociedade de Rapa Nui era composta por comunidades que colaboravam e compartilhavam ideias. Essa nova visão contrasta com a crença tradicional de que grandes obras monumentais exigem uma estrutura de poder centralizada.
Apesar das descobertas significativas, alguns especialistas expressam cautela, questionando a total independência das comunidades na produção dos moais. A pesquisa também reinterpreta a história ecológica da ilha, sugerindo que a degradação ambiental não foi intencional, mas resultado de fatores como a introdução de espécies invasoras. O estudo, portanto, não só reescreve a compreensão sobre a construção dos moais, mas também lança luz sobre os desafios enfrentados pela população de Rapa Nui ao longo dos séculos.

