Um estudo publicado na revista Nature Communications revela que os mapas genéticos utilizados em pesquisas biomédicas possuem um viés estrutural, baseados quase exclusivamente em indivíduos de ascendência europeia. Os cientistas analisaram células sanguíneas de 43 voluntários de diversas origens, incluindo grupos africanos e asiáticos, identificando milhares de transcritos que são ignorados nos mapas atuais.
Os resultados mostram que muitos transcritos ausentes estão associados a genes que influenciam doenças como lúpus e asma, evidenciando que a atual base de dados limita a detecção de variantes genéticas em populações não europeias. Essa situação sugere que a biologia molecular pode estar ocultando informações cruciais que afetam a saúde de grupos diversos, o que demanda uma revisão nos métodos usados nas pesquisas genéticas.
Os autores do estudo destacam a necessidade de criar um pantranscriptoma humano, um catálogo abrangente que represente a diversidade genética global. Eles enfatizam que a medicina genômica só será verdadeiramente eficaz quando considerar a totalidade da diversidade humana, promovendo assim um avanço significativo na equidade em saúde.


