Erveiras do Rio se adaptam a novas tradições afro-brasileiras

Camila Pires
Tempo: 2 min.

Elisabete Monteiro, proprietária de uma barraca no Mercadão de Madureira, no Rio de Janeiro, atende a uma crescente demanda por ervas utilizadas em rituais afro-brasileiros. Em seu ponto de venda, ela lida com pedidos urgentes, como o de folhas de bananeira para uma celebração religiosa, demonstrando a importância dessas plantas na conexão entre o mundo espiritual e o real. A família Monteiro, com décadas de experiência, busca se atualizar para atender às novas tradições religiosas que emergem na comunidade.

A trajetória da família Monteiro, que começou com a produção para umbanda e candomblé, agora inclui o Ifá, uma filosofia que preserva saberes do povo iorubá. Para isso, foram necessárias adaptações na produção, como a introdução de novas espécies de ervas, adquiridas de viajantes da Nigéria e Cuba. Este processo não apenas fortalece a conexão com as tradições, mas também posiciona a barraca como uma das principais fornecedoras de ervas no Rio de Janeiro.

Entretanto, a utilização de ervas deve ser feita com cautela, conforme alertam especialistas. Embora o conhecimento ancestral das erveiras traga benefícios, o uso inadequado pode acarretar riscos à saúde, como reações adversas. A professora Andrea Furtado Macedo ressalta a importância de acompanhamento profissional e recomenda que os usos terapêuticos sejam orientados por especialistas, promovendo uma integração saudável entre tradição e ciência.

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