A Engie anunciou a formação de um comitê para analisar a transferência de sua participação de 40% na usina hidrelétrica Jirau, um movimento que reacende discussões sobre diluição e alavancagem no mercado. O anúncio resultou em uma leve alta das ações da empresa, que subiram 0,92% logo após a divulgação. Embora os detalhes da transação ainda não estejam claros, a possibilidade de troca de ações está sendo considerada como uma das opções para viabilizar o negócio.
A avaliação da transferência é importante, pois a usina Jirau, que já passou por incertezas operacionais, agora gera um fluxo de caixa livre positivo, segundo análises do mercado. A XP Investimentos aponta que a operação pode facilitar a alocação de recursos da Engie e melhorar sua exposição a ativos hidrelétricos com contratos de longo prazo. Contudo, os impactos financeiros dependem da estrutura final da transação e da reação dos acionistas minoritários, que podem ser afetados por uma possível diluição.
Com o potencial de movimentar entre R$ 3,5 bilhões e R$ 5 bilhões, a transação também suscita preocupações sobre a necessidade de captação de recursos para manter o perfil de crédito da Engie. A análise de instituições financeiras destaca que, se a operação não for bem estruturada, pode resultar em pressão sobre a capacidade de pagamento de dividendos e aumentar os riscos para os acionistas. O cenário requer atenção, pois os próximos passos da Engie poderão influenciar significativamente sua estratégia de crescimento e a percepção do mercado sobre a empresa.

