A Enel enfrenta um aumento no risco de perder sua concessão de distribuição de energia em São Paulo, conforme revelado em relatório de analistas após o governo federal sinalizar a possibilidade de caducidade do contrato. Essa mudança ocorre em meio a uma série de apagões que afetaram milhões de consumidores na maior região metropolitana do Brasil, resultando em uma crescente insatisfação pública e pressão política sobre a empresa. A caducidade é uma medida extrema, que requer um processo administrativo detalhado, incluindo a análise das falhas da distribuidora.
A recente avaliação do JPMorgan destaca que a caducidade da concessão da Enel seria a primeira em um setor que já enfrentou desafios semelhantes, mas onde a transferência de controle normalmente evitou a implementação dessa medida. Além disso, o UBS BB apontou que empresas como Neoenergia e Energisa podem ser candidatas a assumir a concessão, caso a Enel decida se desfazer dela. Apesar de estar em busca de renovar seu contrato, a empresa enfrenta uma situação difícil, especialmente após a suspensão do processo até que a Aneel tome uma decisão.
Se a caducidade for efetivada, isso pode não apenas afetar a Enel em São Paulo, mas também repercutir em outras concessionárias do país, elevando a percepção de risco regulatório ligado a eventos climáticos extremos. Os analistas sugerem que um acordo informal entre o governo e a Enel, visando um leilão da concessão após o término do contrato em 2028, pode ser a alternativa mais viável. A situação continua em evolução, com a Aneel revisitando os impactos dos apagões recentes em suas avaliações, o que pode moldar o futuro da distribuição de energia na região.

