De acordo com dados do Banco Central, o endividamento das famílias brasileiras chegou a 49,3% em outubro de 2025. O estoque total de crédito no país alcançou a marca histórica de R$ 7 trilhões, enquanto a taxa média de juros para pessoas físicas disparou para 59,4% ao ano, o mais alto desde 2017. Essa situação levanta preocupações sobre a sustentabilidade financeira das famílias em um cenário de juros em alta.
O especialista em crédito e riscos, Jorge Azevedo, ressalta que a facilidade de acesso ao crédito, especialmente por meio de bancos digitais, contribui para esse aumento. O crédito consignado, que se tornou uma opção popular, apresentou um crescimento de 257% neste ano, passando de R$ 1,6 bilhão para mais de R$ 6 bilhões em concessões mensais. Contudo, esta modalidade também viu os juros subirem significativamente, o que pode impactar a capacidade de pagamento das famílias e aumentar a inadimplência.
Para 2026, as projeções indicam um cenário econômico desafiador, com a Selic mantida em 15% até março, restringindo o consumo. Ao mesmo tempo, a nova faixa de isenção do Imposto de Renda para salários de até R$ 5 mil pode oferecer um alívio financeiro para algumas famílias. No entanto, a combinação de juros altos e crescimento do endividamento sugere que a inadimplência pode continuar a ser um problema crescente no Brasil.

