O aumento do dólar em relação ao real, que começou na última sexta-feira após o anúncio da pré-candidatura do senador Flávio Bolsonaro à presidência em 2026, foi abordado em um evento em São Paulo. O economista-chefe do Citi Brasil, Leonardo Porto, afirmou que, apesar das oscilações da moeda, a decisão do Banco Central sobre a taxa Selic, que deve permanecer em 15%, não será significativamente afetada. Nesta terça-feira, o dólar estava em torno de R$5,47, enquanto a média utilizada pelo Banco Central é de R$5,40.
Porto destacou que a análise da cotação do dólar não será feita considerando o valor atual, mas sim com base em uma média dos últimos dez dias, o que diminui o impacto do aumento imediato. O especialista também enfatizou que o principal fator a influenciar a decisão de janeiro será a comunicação do Comitê de Política Monetária (Copom) a ser divulgada nesta semana. O Citi espera um corte de 25 pontos-base, mas essa perspectiva depende de um cenário favorável apresentado no comunicado do BC.
As reações do mercado têm sido intensas desde o anúncio da candidatura de Flávio Bolsonaro, que é visto como um obstáculo para a candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. A flutuação do dólar e o aumento das taxas dos DIs refletem essa incerteza política. Porto concluiu que, embora o BC não deva intervir diretamente em questões políticas, a situação econômica e as expectativas de inflação serão determinantes para a decisão sobre a Selic em janeiro.

