O desembargador federal Macário Ramos Júdice Neto, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, foi preso na terça-feira (16) e transferido para a Cadeia Pública Constantino Cokotós, em Niterói, no Rio de Janeiro, na quarta-feira (17). Sua prisão preventiva foi confirmada em audiência de custódia na sede da Superintendência da Polícia Federal, onde estava detido desde o cumprimento do mandado expedido pelo ministro do STF Alexandre de Moraes. Júdice Neto é investigado na segunda fase da Operação Unha e Carne, que também envolve um deputado estadual acusado de vazar informações sigilosas de investigações em andamento.
A Operação Unha e Carne investiga o suposto envolvimento do desembargador com o deputado Rodrigo Bacellar, que foi preso por supostamente repassar informações a outro deputado, Thiego Raimundo de Oliveira Santos, conhecido como TH Joias. Este último é investigado por suas ligações com facções criminosas, como o Comando Vermelho. A prisão do desembargador e as investigações em curso levantam questões sobre a corrupção e a relação entre agentes públicos e organizações criminosas no estado do Rio de Janeiro.
Com a prisão de Júdice Neto, o Tribunal Regional Federal da 2ª Região terá que avaliar o andamento dos processos relacionados à Operação Zarkun, que investiga ligações de outros parlamentares com atividades ilegais. O julgamento da denúncia contra TH Joias e outros envolvidos ocorrerá na quinta-feira (18), sob a relatoria do desembargador federal Júlio de Castilhos. O desdobramento desses casos poderá impactar a política local e a confiança nas instituições judiciais, além de reforçar a necessidade de investigações mais rigorosas sobre a atuação de grupos criminosos e suas conexões com o poder público.