O avanço do home office no Brasil, que envolveu 7,4 milhões de trabalhadores em 2022, expõe a inadequação da legislação trabalhista atual. Enquanto a tecnologia evolui rapidamente, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), criada em 1943, permanece sem adaptações significativas, resultando em conflitos frequentes. Empresas e trabalhadores enfrentam incertezas jurídicas, refletindo um sistema que luta para se adaptar às novas realidades do mercado.
A mudança na dinâmica do trabalho, impulsionada pela pandemia, trouxe à tona a dificuldade da legislação em acompanhar o ritmo das transformações. As disputas relacionadas ao teletrabalho aumentaram 270% durante o auge da crise sanitária, evidenciando a fragilidade da regulação existente. A falta de clareza sobre responsabilidades e direitos no home office gera custos elevados e um aumento nas ações judiciais, complicando ainda mais a relação entre patrões e empregados.
A situação atual exige uma resposta rápida dos legisladores, visando uma atualização das normas que regem o trabalho no Brasil. A necessidade de regular novas formas de trabalho, como os profissionais de plataformas digitais, é um tema que será abordado nas próximas colunas. O desafio central é garantir que a legislação não apenas proteja os trabalhadores, mas também se alinhe com as inovações do século XXI, evitando que o avanço tecnológico se transforme em um campo fértil para litígios.


