O Brasil tem vivenciado um aumento alarmante de desastres naturais, com mais de 1.690 eventos registrados apenas no último ano, conforme dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais. Esses desastres, que incluem incêndios florestais e chuvas intensas, têm exigido uma resposta econômica que muitas vezes se traduz em aumento da dívida pública, refletindo a fragilidade da estrutura fiscal diante das crises.
Historicamente, desastres como a Grande Seca nordestina e a gripe espanhola demonstram que a resposta a crises não é nova. Recentemente, o desastre climático no Rio Grande do Sul, em 2024, evidenciou a vulnerabilidade econômica do Estado, com uma lacuna de proteção de 94% nas perdas econômicas. Esse cenário ressalta a importância de uma abordagem mais proativa do seguro, que não deve ser visto apenas como uma ferramenta de recuperação, mas como um meio de adaptação e prevenção a riscos climáticos.
Adotar uma visão mais ampla do seguro pode transformar sua função na sociedade, tornando-o um motor para a transição energética e um instrumento de justiça climática. Iniciativas globais já demonstram que seguros bem projetados podem oferecer proteção financeira antes da ocorrência de desastres, garantindo liquidez e incentivando comportamentos adaptativos. Portanto, é essencial que o setor segurador no Brasil se adapte a essa nova realidade, integrando práticas preventivas na luta contra os impactos das mudanças climáticas.


