O Brasil enfrenta desafios na adoção de fiação elétrica subterrânea, com especialistas apontando para o alto custo e a vasta extensão do território como os principais obstáculos. Recentemente, eventos climáticos, como o ciclone em São Paulo, evidenciaram a fragilidade da infraestrutura atual, que é composta majoritariamente por cabos aéreos. Atualmente, apenas uma fração da malha elétrica nacional é subterrânea, refletindo a falta de visão de longo prazo no planejamento urbano.
Embora a instalação de redes subterrâneas seja cerca de dez vezes mais cara do que a aérea, a crescente incidência de fenômenos climáticos extremos levanta questões sobre a resiliência das cidades. Especialistas sugerem que, apesar do investimento inicial elevado, os custos de manutenção a longo prazo podem ser menores. A necessidade de um esforço conjunto entre diferentes setores, como energia e telecomunicações, é fundamental para a migração gradual para essa infraestrutura mais segura.
As autoridades, incluindo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), enfrentam desafios regulatórios e financeiros que dificultam mudanças significativas. Projetos pontuais em cidades como São Paulo e Porto Alegre são vistos com ceticismo, pois a falta de fiscalização e a resistência a tarifas mais altas complicam o cenário. A melhoria da infraestrutura existente, com organização e fiscalização adequadas, pode ser um passo crucial para evitar novos apagões e garantir um serviço de energia mais confiável.

