Os altos custos de construção de galpões logísticos no Brasil devem levar a uma reprecificação significativa dos aluguéis, segundo Simone Santos, sócia-diretora da Binswanger Brazil. Ela destacou que, atualmente, é inviável desenvolver projetos com aluguéis abaixo de R$ 28 por metro quadrado, e em áreas disputadas, como o raio de 30 km da cidade de São Paulo, esse valor pode chegar a R$ 35/m². Essa situação é impulsionada pelo encarecimento das matérias-primas e pela escassez de terrenos disponíveis.
Apesar das altas taxas de juros, que tradicionalmente retardam novos investimentos, a expectativa de redução da Selic ao longo de 2026 pode criar um cenário favorável para a valorização dos fundos imobiliários. A entrega de novos galpões logísticos, mesmo em um contexto de juros elevados, reflete a demanda crescente por locação, com uma absorção líquida de 924 mil m² registrada no último trimestre. Essa dinâmica é evidenciada pela alta porcentagem de novos empreendimentos já pré-locados, indicando um apetite robusto do mercado.
Além disso, a descentralização da oferta de galpões logísticos, que antes estava concentrada em São Paulo, está ganhando força, com novas iniciativas em regiões como Grande Recife e Curitiba. Essa estratégia não só dilui riscos associados à concentração geográfica, mas também confirma que o ciclo do segmento logístico permanece positivo. A combinação de altas nos aluguéis com a diversificação da oferta sugere um ambiente promissor para investidores e desenvolvedores do setor.

