Pesquisadores de diferentes países analisam o uso off-label de canetas emagrecedoras, um fenômeno que se intensifica entre pessoas sem indicação médica. A pesquisa, publicada na revista Obesity, reúne dados de instituições do Brasil, Japão, Dinamarca e Estados Unidos, e discute como esses medicamentos alteram comportamentos sociais e expectativas em relação ao corpo.
No Brasil, fármacos como Ozempic e Mounjaro são comercializados apenas com prescrição médica para tratar obesidade e diabetes tipo 2. Contudo, o uso inadequado se espalha, com relatos de prescrições sem respaldo técnico e aquisições em mercados informais. A pesquisa revela que a motivação principal dos usuários está ligada ao desejo de atender a padrões estéticos, em vez de buscar benefícios à saúde.
As consequências desse fenômeno incluem um aumento na pressão estética e uma crescente desigualdade no acesso aos medicamentos, que se concentram em grupos de maior poder aquisitivo. A análise destaca que o corpo se torna um espaço de disputa social, onde a magreza é associada ao status e à riqueza, enquanto o excesso de peso é visto como sinônimo de precariedade econômica. Os pesquisadores alertam para os impactos psicológicos e sociais dessa prática, que ainda não foram totalmente compreendidos.

