Como o Cristianismo Moldou a Percepção de Tempo no Ocidente

Laura Ferreira
Tempo: 2 min.

O historiador francês François Hartog, em sua obra ‘Chronos’, explora a influência do cristianismo na formação das noções temporais que orientam a sociedade ocidental. Publicado pela editora Autêntica, o livro analisa como conceitos de tempo, como ‘Chronos’ e ‘Kairós’, foram reinterpretados ao longo dos séculos e continuam a impactar a visão de futuro da civilização, especialmente em tempos de crise ambiental.

Hartog argumenta que a historicidade cristã criou uma forma de ‘presentismo apocalíptico’, onde a expectativa do fim do mundo molda a experiência cotidiana. O autor observa que, mesmo em uma sociedade cada vez mais secularizada, essas ideias ainda persistem. O estudo se torna relevante ao relacionar a leitura apocalíptica com a crescente preocupação com o aquecimento global e suas consequências, indicando que a percepção do tempo está profundamente enraizada nas crenças culturais.

As reflexões de Hartog levantam questões sobre como a sociedade atual enfrenta as mudanças climáticas e se a ameaça de um apocalipse ambiental pode levar a uma mobilização coletiva ou a uma aceitação resignada da situação. Ele sugere que o impacto das desigualdades sociais também influencia a forma como as pessoas vivenciam o tempo e se adaptam às crises. Assim, a obra convida à reflexão sobre o futuro e as possíveis respostas da humanidade diante dos desafios contemporâneos.

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