A Finlândia foi instada a reparar injustiças históricas cometidas contra o povo sami, conforme um relatório entregue ao governo por uma comissão de verdade e reconciliação no dia 4 de dezembro de 2025. O documento, resultado de quatro anos de trabalho, coletou depoimentos de aproximadamente 400 indígenas sami e especialistas, que evidenciam a discriminação e as graves violações de direitos humanos perpetradas pelo Estado finlandês ao longo do tempo.
A comissão, criada em 2021, destacou as políticas de assimilação que, até o final do século XX, separaram crianças sami de suas famílias e as enviaram a internatos, onde eram proibidas de falar sua língua e praticar sua cultura. Como resultado, muitos jovens perderam o contato com sua identidade cultural, levando a consequências prejudiciais que ainda impactam as comunidades sami hoje. Apesar da gravidade das denúncias, a Finlândia ainda não apresentou desculpas formais ao povo sami.
O primeiro-ministro finlandês, Petteri Orpo, ao receber o relatório, admitiu a necessidade de pedir desculpas e reconheceu a importância de ouvir as histórias dos sami. Para representantes da comunidade, como Niila-Juhan Valkeapaa, o relatório representa um marco significativo, permitindo que suas experiências sejam oficialmente reconhecidas. As implicações desse reconhecimento podem ser profundas, promovendo um diálogo essencial sobre reparação e reconciliação para um dos povos indígenas mais antigos da Europa.


