O Conselho Federal de Economia (Cofecon) publicou uma carta aberta criticando a decisão do Banco Central de manter a taxa Selic em 15% ao ano, reiterando que essa taxa não é justificada dada a atual situação da inflação. Na mesma ocasião, o Cofecon defendeu uma revisão da meta inflacionária, propondo que o centro da meta volte a ser fixado em 4,5%, em contraste com a meta atual de 3%. O órgão argumenta que a elevação da taxa de juros tem causado efeitos adversos sobre o crescimento econômico e o emprego no Brasil.
O Cofecon ressalta que as causas da inflação brasileira são estruturais, como a concentração de renda e a oligopolização do mercado. Além disso, a carta aponta que a história recente demonstra que, com a meta de inflação em 4,5%, o teto da meta foi superado apenas em anos de crise, como em 2015. O documento sugere que a atual abordagem, que implica uma meta reduzida, não tem sido eficaz para conter a inflação e, por isso, a taxa de juros elevada se torna desnecessária.
Por fim, o Cofecon destaca que a manutenção da Selic em níveis altos resulta em um aumento significativo nos gastos com juros da dívida pública e no encarecimento do crédito, o que impacta negativamente o consumo e a geração de empregos. O órgão conclui que uma revisão da política monetária é essencial para evitar danos à economia e garantir um crescimento sustentável, especialmente em um cenário pós-pandemia.

