A deputada federal Carla Zambelli, do PL de São Paulo, renunciou ao seu mandato neste domingo, 14 de dezembro, enquanto se encontra presa na Itália, aguardando um processo de extradição. A renúncia acontece após a confirmação, pelo Supremo Tribunal Federal, de sua condenação a 10 anos de prisão por envolvimento em uma invasão cibernética ao Conselho Nacional de Justiça. O presidente da Câmara, Hugo Motta, anunciou a convocação do suplente Adilson Barroso para ocupar a vaga deixada por Zambelli.
A decisão de renunciação de Zambelli é um desdobramento significativo após a Primeira Turma do STF ter cassado seu mandato, o que foi considerado inconstitucional por um dos ministros, que afirmou que apenas o Judiciário pode determinar a perda do cargo em casos de condenação transitada em julgado. A deputada havia anteriormente conseguido manter seu mandato em uma votação na Câmara, mas a decisão foi anulada pelo STF. Desde sua prisão em julho, Zambelli se encontra na penitenciária de Rebibbia, em Roma.
A renúncia de Zambelli não apenas altera a composição da Câmara dos Deputados, mas também levanta questões sobre a accountability de parlamentares e as consequências legais de suas ações. O caso ressalta a importância da atuação do Judiciário em questões de ética no Legislativo e pode influenciar futuros debates sobre a conduta de representantes públicos. A expectativa agora recai sobre o processo de extradição e as implicações políticas que isso poderá trazer ao cenário nacional.