A saúde mental no Brasil avança de maneira desigual, com uma predominância preocupante na prescrição de medicamentos em vez de terapias. Dados do Índice Instituto Cactus–Atlas de Saúde Mental revelam que apenas 5,1% da população recebe acompanhamento psicoterapêutico, enquanto 16,6% utilizam medicamentos controlados. Essa situação destaca uma escolha estrutural que afeta a forma como o país aborda o adoecimento emocional.
Os dados sobre a saúde mental no Brasil evidenciam um contraste alarmante entre a prevalência de transtornos e o acesso a cuidados adequados. Com mais de 18 milhões de brasileiros convivendo com transtornos de ansiedade, a dependência da medicação se torna uma solução rápida, mas que ignora as causas subjacentes do sofrimento. A escassez de profissionais e a sobrecarga do Sistema Único de Saúde (SUS) contribuem para essa realidade, tornando a terapia uma opção inviável para a maioria.
Os reflexos dessa abordagem já são visíveis no mercado de trabalho, com dados indicando altos índices de afastamentos por problemas mentais. O uso crescente de medicamentos entre os jovens, especialmente da geração Z, aponta para um ciclo de automedicação que pode agravar ainda mais a saúde mental da população. A falta de políticas de escuta efetivas perpetua um cenário em que o sofrimento é silenciado, em vez de tratado de forma abrangente.

