A resistência aos antimicrobianos (RAM) apresenta um crescimento alarmante, com um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicando que, em 2023, uma em cada seis infecções bacterianas não responde aos tratamentos disponíveis. Este fenômeno, que ocorre naturalmente, está sendo acelerado pelo uso inadequado de medicamentos, especialmente em regiões como o Sudeste Asiático e o Mediterrâneo Oriental, onde a resistência é mais crítica.
Dados do Ministério da Saúde do Brasil revelam que a RAM causa cerca de 34 mil mortes anualmente e contribui para a deterioração de outros 138 mil quadros clínicos, aumentando o risco de complicações e óbitos. Além disso, o país enfrenta 221 mil mortes por infecções bacterianas e 400 mil casos de sepse, evidenciando a gravidade da situação. A automedicação e a falta de acesso a diagnósticos rápidos agravam o problema, dificultando o tratamento adequado.
Frente a esse cenário, especialistas destacam a urgência de repensar o uso de antimicrobianos e promover iniciativas de conscientização sobre a prescrição e consumo responsável. O Brasil já implementa diretrizes para a gestão de antimicrobianos em serviços de saúde, mas mudanças estruturais e educacionais são essenciais. A prevenção, incluindo vacinação e práticas de higiene, é fundamental para combater a resistência e proteger a saúde pública.

