Betty Mae Agi e sua irmã, Brenda, atuaram como biomédicas em Angola e foram impactadas pela realidade de crianças descalças em condições precárias. Em resposta, elas abandonaram a festa de formatura e, ao voltarem para o Brasil, lançaram uma campanha nas redes sociais que rapidamente arrecadou chinelos, alcançando 17 estados e pedidos internacionais. Essa iniciativa levou à fundação da ONG Compaixão Internacional, que já calçou 60 mil crianças em 23 países.
A experiência em Angola revelou a gravidade do problema, onde, segundo dados da ONU, cerca de 300 milhões de crianças viviam descalças, enfrentando riscos de saúde e dignidade. A distribuição dos chinelos representa mais do que um simples objeto; para muitas crianças, é um meio de transporte que pode determinar se elas conseguirão frequentar a escola. Betty enfatiza que a questão está ligada a estigmas raciais, com 80% das pessoas descalças sendo não-brancas, o que torna a situação ainda mais urgente.
Além de seu papel como ativista, Betty Mae Agi é gestora de projetos e palestrante, lidando também com o autismo. Recentemente, ela se destacou em um reality show de palestras, abordando sua vivência e desafios. O trabalho da ONG e sua trajetória pessoal refletem um compromisso com a mudança social e a luta pela dignidade e saúde das crianças em situações vulneráveis.

