O Banco Central da Argentina anunciou que, a partir de 1º de janeiro, irá flexibilizar a banda cambial do peso, ajustando mensalmente seus limites de acordo com a inflação. Essa mudança ocorre em um cenário de crescente desconfiança de investidores e escassez de dólares, sendo parte da estratégia do presidente Javier Milei para restaurar a confiança no mercado financeiro.
A decisão se dá em meio a um contexto econômico desafiador, onde a inflação mensal, que foi de 2,5% em novembro, superou o ritmo de desvalorização permitido pela banda cambial anterior. Economistas criticam o modelo atual, que atrasa a recomposição das reservas, essenciais para o pagamento de dívidas externas e importação de bens. O governo estima que a Argentina precisa acumular mais de US$ 10 bilhões para atender as metas acordadas com o FMI.
Além da flexibilização, o Banco Central iniciará um programa de compra de reservas para aumentar a liquidez do mercado cambial. A medida, que sinaliza uma resposta positiva dos mercados, busca também aumentar a previsibilidade da economia argentina. Apesar das reformas liberalizantes implementadas por Milei, investidores ainda pressionam por uma liberalização total dos controles cambiais, o que o governo considera arriscado.