O presidente dos EUA, Donald Trump, intensificou suas ameaças contra o regime de Nicolás Maduro, refletindo uma abordagem que ignora as lições aprendidas em conflitos no Oriente Médio. Desde agosto, a administração Trump tem ampliado a presença militar na região, realizando operações navais e classificando o Cartel de los Soles como um grupo terrorista. Este cenário se torna ainda mais complexo com a possibilidade de uma intervenção militar direta, que poderia desestabilizar a Venezuela e impactar negativamente toda a América Latina.
Analistas destacam que a história recente de intervenções militares dos EUA, especialmente no Oriente Médio, oferece lições relevantes sobre os riscos de mudanças de regime. Embora o regime de Maduro enfrente crescente descontentamento interno, a remoção forçada do líder pode não resultar em um governo estável, mas sim em um vácuo de poder e maior caos. Além disso, a geografia da América Latina, mais próxima dos EUA, poderia amplificar as consequências de uma intervenção, resultando em um aumento de problemas como migração e tráfico de drogas.
Os desdobramentos dessa situação são incertos, mas a crescente pressão militar dos EUA e as ameaças de Trump podem criar uma profecia autorrealizável, exacerbando os problemas que se pretende resolver. Com cerca de 70% da população americana se opondo a ações militares, a administração Trump enfrenta um dilema moral e estratégico. O impacto de uma possível intervenção não se limita à Venezuela, podendo repercutir em toda a região e afetar diretamente os interesses dos EUA.