Alemanha estabelece corte de arbitragem para arte saqueada no nazismo

Thiago Martins
Tempo: 2 min.

A Alemanha instituiu uma corte de arbitragem para facilitar a restituição de obras de arte saqueadas durante o regime nazista, que começará a operar em 1º de dezembro. Este novo tribunal se propõe a resolver disputas sobre bens culturais confiscados, principalmente aqueles pertencentes a judeus, durante a perseguição nazista. A corte é composta por 36 especialistas em direito, história e arte, incluindo figuras proeminentes como Elisabeth Steiner e Peter Müller.

Embora a criação da corte tenha sido recebida com otimismo, o presidente do Conselho Central dos Judeus na Alemanha, Josef Schuster, alertou para a necessidade de legislação adicional para garantir que as reivindicações de bens culturais tenham uma base legal sólida. O ministro da Cultura, Wolfram Weimer, demonstrou esperança de que a nova corte acelere o processo de reparação histórica, afirmando que o Estado assume sua responsabilidade histórica nesse contexto. A corte surge após tentativas anteriores que não foram suficientemente eficazes na resolução de casos de arte saqueada.

A nova corte representa uma oportunidade significativa para os descendentes das vítimas do regime nazista, que enfrentaram desafios na restituição de obras de arte. Estima-se que até 600 mil obras tenham sido saqueadas, e muitos casos permanecem controversos devido à falta de documentação. A expectativa é que a corte ajude a resolver disputas, incluindo casos emblemáticos como o da pintura “A Noite”, de Max Beckmann, em poder do estado da Renânia do Norte-Vestfália.

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