O chanceler alemão Friedrich Merz e o primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez pediram apoio à União Europeia para um pacto de livre comércio com o Mercosul durante uma reunião em Bruxelas, na quinta-feira. O acordo, que está em negociação há cerca de 25 anos, é considerado crucial para fortalecer as exportações europeias e reduzir a dependência de mercados como o da China. Entretanto, o presidente francês Emmanuel Macron expressou reservas, afirmando que as condições ainda não estão adequadas para a assinatura do pacto.
Merz e Sánchez argumentaram que a implementação do acordo ajudaria a mitigar os efeitos das tarifas dos Estados Unidos sobre as exportações europeias e garantiria acesso a recursos minerais essenciais. No entanto, a França, que é um dos principais produtores agrícolas da UE, teme que a entrada de produtos do Mercosul prejudique os agricultores locais. Além disso, a necessidade de obter a aprovação de uma maioria qualificada dentro da UE torna o processo ainda mais complexo, com a resistência de países como Polônia e Hungria.
Os desdobramentos dessa situação podem influenciar não apenas as relações comerciais entre a Europa e a América do Sul, mas também a posição geopolítica da UE em um cenário global competitivo. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, está agendada para visitar o Brasil para fortalecer as negociações, mas a falta de consenso entre os países membros pode adiar o acordo. Esta situação continuará a ser um ponto de tensão nas discussões sobre comércio internacional e políticas agrícolas na Europa.

