A Advocacia-Geral da União (AGU) anunciou um processo judicial contra oito entidades, entre elas a Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag), por realizar descontos indevidos em benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). As investigações da Polícia Federal revelam que a Contag foi a principal beneficiária, recebendo R$ 2 bilhões de janeiro de 2019 a março de 2024, o que equivale a 48% do total desviado.
Desde o início da Operação Sem Desconto, em abril de 2025, a Contag é alvo de investigações, mas as ações da AGU foram tardias, levantando questionamentos sobre a eficácia do órgão. A AGU também processou outros sindicatos e associações, buscando o bloqueio de R$ 6,6 bilhões para ressarcir os aposentados lesados. O atraso nas ações judiciais gerou críticas à gestão do advogado-geral da União, Jorge Messias, que ignorou alertas sobre irregularidades.
As ações judiciais da AGU refletem uma tentativa de combater fraudes no sistema de aposentadorias, mas a lentidão nas iniciativas levanta preocupações sobre a proteção dos aposentados e a responsabilização das entidades envolvidas. O desdobramento dessa situação poderá influenciar a confiança pública nas instituições responsáveis pela proteção social no Brasil, além de afetar a relação entre o governo e os sindicatos associados ao Partido dos Trabalhadores.