No Afeganistão, a ilegalidade do aborto força mulheres a arriscarem suas vidas em práticas clandestinas. Bahara, com quatro meses de gravidez, procurou ajuda em um hospital de Cabul, mas foi rejeitada por um médico que temia represálias. Desesperada, ela recorreu a métodos perigosos, como chás abortivos, que a deixaram em estado crítico e a levaram de volta ao hospital.
A situação das mulheres afegãs se agrava desde a volta do Talibã ao poder em 2021, que não apenas mantém as leis restritivas sobre o aborto, mas também proíbe mulheres de frequentar escolas e universidades. Profissionais de saúde relatam um aumento no número de abortos espontâneos, que podem ocultar as interrupções clandestinas, levando a um cenário alarmante em um país que já possui uma das maiores taxas de mortalidade materna do mundo. A escassez de métodos contraceptivos e a repressão social tornam a realidade ainda mais desoladora para as mulheres.
As vozes de mulheres como Bahara, Nesa e Mariam revelam um ciclo de desespero e sofrimento. Enquanto as autoridades minimizam os problemas, as mulheres continuam a buscar soluções arriscadas, revelando a falta de suporte e a grave crise humanitária que permeia o setor de saúde no Afeganistão. A situação exige atenção internacional e uma reavaliação das políticas que afetam diretamente a saúde e os direitos reprodutivos das mulheres afegãs.

