USS Gerald R. Ford reforça presença militar dos EUA no Caribe

Rafael Barbosa
Tempo: 2 min.

A chegada do porta-aviões USS Gerald R. Ford ao Caribe em novembro simboliza a continuidade da intervenção militar dos Estados Unidos na América Latina, alinhando-se à Doutrina Monroe de dois séculos atrás. O deslocamento do navio, que carrega milhares de soldados, ocorre em um contexto de tensões com a Venezuela e é interpretado como um gesto político claro. Os EUA têm utilizado essa presença militar para justificar operações de combate ao narcotráfico e outras ameaças na região.

Historicamente, a intervenção americana na América Latina incluiu uma variedade de ações, desde a diplomacia das canhoneiras até ações encobertas da CIA. Atualmente, essa estratégia se adapta a novas formas de pressão, combinando operações navais com sanções e campanhas de deslegitimação contra governos adversários. O historiador Stefan Rinke destaca que essas táticas buscam moldar comportamentos sem declarar guerra formalmente, criando um ambiente de segurança complexo e muitas vezes fragmentado.

As implicações da mobilização militar dos EUA são significativas, especialmente para países como Venezuela, Cuba e Nicarágua, que percebem essas ações como ameaças existenciais. O aumento da presença naval americana pode acirrar divisões ideológicas na região, levando a uma aproximação de governos autoritários com potências como Rússia e China. Assim, a dinâmica de segurança na América Latina continua a ser moldada pela intervenção americana, resultando em um cenário de desconfiança e tensão.

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