As últimas ararinhas-azuis que viviam livres no Brasil foram diagnosticadas com circovírus, um vírus letal que compromete a sobrevivência da espécie. O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) confirmou a infecção em 11 aves que estavam em um programa de reintrodução na Bahia, após serem trazidas de volta da Europa. A identificação do vírus ocorreu após uma decisão judicial que exigiu a recaptura das aves, revelando uma triste realidade para os esforços de conservação.
Os exames realizados pelo ICMBio mostraram que todas as aves estavam infectadas, o que levantou preocupações sobre os procedimentos de manejo na empresa Blue Sky, que cuidou das ararinhas antes da reintrodução. Falhas significativas de biossegurança, como falta de higiene e ausência de equipamentos de proteção, foram identificadas, resultando em uma multa de R$ 1,8 milhão para a companhia. A situação evidencia a necessidade de rigor nos protocolos de segurança para evitar surtos de doenças em populações vulneráveis.
Atualmente, as ararinhas-azuis estão sob a supervisão direta do ICMBio e não poderão retornar ao seu habitat natural. O circovírus, que causa a doença do bico e das penas, pode levar à morte das aves, embora não represente risco para humanos. A origem do vírus ainda é desconhecida, mas sua presença é uma preocupação adicional para a fauna local, especialmente para outras espécies de psitacídeos na região.

