O Acordo de Dayton, assinado em 21 de novembro de 1995 em Paris, encerrou a Guerra da Bósnia, um conflito devastador que resultou na morte de cerca de 100.000 pessoas. Mediado por representantes dos Estados Unidos e diversas potências europeias, o pacto reconheceu a Bósnia e Herzegovina como um Estado soberano, mas falhou em resolver as tensões étnicas e políticas que persistem até hoje.
Apesar de seu caráter histórico, o Acordo de Dayton estruturou a Bósnia em duas entidades étnicas, a Federação da Bósnia e Herzegovina e a República Sérvia, o que perpetuou divisões e conflitos internos. A complexidade da estrutura política criada, que exclui grupos étnicos menores de processos decisórios, tem sido criticada por dificultar reformas necessárias e promover um ambiente propício a tensões. A ausência de um consenso inclusivo continua a ser uma barreira para a estabilidade na região.
Com a marca de 30 anos do acordo, a comunidade internacional observa com atenção os desdobramentos na Bósnia e Herzegovina. A situação atual levanta questionamentos sobre a eficácia das soluções diplomáticas e a necessidade de uma abordagem renovada que inclua todos os grupos étnicos na construção de um futuro pacífico e coeso. As lições do passado ainda são relevantes para evitar a repetição de conflitos semelhantes no cenário europeu.


