A curva de juros futuros no Brasil registrou um viés de queda na sessão de 13 de novembro de 2025, impulsionada por dados fracos do varejo. No entanto, essa tendência foi revertida ao longo do dia, com a alta do dólar e a piora dos mercados externos influenciando os ativos locais. O contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2027, por exemplo, oscilou de 13,654% para 13,665% durante o pregão.
Agentes do mercado notaram que o desempenho negativo nos mercados externos teve um impacto significativo nas expectativas locais. O diretor de gestão da Alphawave Capital, Tiago Hansen, observou que os juros futuros nos Estados Unidos subiram mais de 1%, ofuscando os resultados fracos do varejo brasileiro. Essa situação evidencia que os investidores estão cautelosos quanto ao futuro da taxa de juros, especialmente com a incerteza em torno das políticas do Federal Reserve.
Com a Pesquisa Mensal do Comércio indicando uma queda de 0,3% nas vendas do comércio restrito, especialistas apontam que a política monetária está exercendo pressão sobre a atividade econômica. O estrategista-chefe da RB Investimentos, Gustavo Cruz, destacou que o mercado se prepara para cortes de juros, embora haja incertezas sobre o timing. Fatores como o quadro fiscal e o cenário político também podem influenciar a trajetória dos juros, especialmente em meio à especulação sobre as reformas em andamento e a proximidade das eleições de 2026.


