Nesta quarta-feira, 5 de novembro de 2025, o Comitê de Política Monetária do Banco Central decidiu manter a taxa básica de juros em 15% ao ano, o maior nível desde 2006. A medida foi considerada unânime, mas gerou preocupações entre os representantes do setor produtivo, que argumentam que os juros elevados estão travando investimentos e dificultando a geração de empregos. A Câmara Brasileira da Indústria da Construção, por exemplo, afirmou que essa situação inviabiliza muitos projetos no setor.
Os impactos dessa decisão são significativos. Renato Correia, presidente da CBIC, destacou que a construção civil é um dos setores mais afetados, dado que depende fortemente de financiamentos de longo prazo. A previsão de crescimento do setor foi revisada de 2,3% para 1,3% em 2025, refletindo a pressão contínua sobre a atividade econômica devido aos juros altos. Além disso, a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) alertou sobre a deterioração do parque industrial, uma vez que muitos empresários estão adiando investimentos e modernizações.
As implicações dessa política monetária restritiva podem ser duradouras. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) revelou que 80% das empresas industriais consideram a taxa de juros elevada como um obstáculo significativo para a obtenção de crédito. O presidente da CNI, Ricardo Alban, enfatizou que a manutenção dos juros nesse nível pode ameaçar o mercado de trabalho e o bem-estar da população, uma vez que o Brasil já enfrenta a segunda maior taxa de juros real do mundo, prejudicando ainda mais o setor produtivo.

