Abu Mohammed, um ex-engenheiro que vive em Tadamon, um subúrbio de Damasco, recorda os horrores que presenciou durante a repressão do governo de Bashar al-Assad. Em 2012, ele notou um cheiro peculiar que invadia o ar ao amanhecer, uma lembrança constante dos massacres que marcaram sua comunidade. Mesmo com a luta pela liberdade em andamento, o medo e a repressão tornaram-se parte da vida cotidiana dos moradores da região.
Localizado no sudeste de Damasco, Tadamon se transformou em um campo de batalha durante o conflito sírio. O relato de Abu Mohammed revela como a violência e o desaparecimento de pessoas se tornaram comum, enquanto ele tentava proteger sua família em meio ao caos. A sensação de impotência permeia suas memórias, refletindo o sofrimento de muitos sírios que se viram obrigados a silenciar suas experiências traumáticas sob o regime opressor.
Nos dias de hoje, a presença de alguns perpetradores dos massacres ainda é sentida na comunidade, onde muitos continuam a trabalhar com o novo governo. Isso levanta questões sérias sobre a justiça e a possibilidade de reparação para as vítimas. A luta por reconhecimento e responsabilização persiste, enquanto os sobreviventes se perguntam se um dia verão justiça pelos crimes que marcaram suas vidas.


