Na manhã chuvosa de sua posse em La Paz, Rodrigo Paz, novo presidente da Bolívia, fez uma declaração simbólica ao afirmar que seu governo será uma ‘limpeza da natureza’. Com uma vitória surpreendente de 54% dos votos, ele encerra quase duas décadas de domínio da esquerda, que se fragmentou sob a liderança de Evo Morales. O novo presidente, economista de 58 anos e filho de um ex-presidente, promete um discurso de reconciliação e eficiência, além de um ‘capitalismo para todos’.
Paz assume o cargo em um momento crítico, herdando um país marcado pela inflação que se aproxima dos 20%, com a economia exaurida e reservas cambiais em escassez. Seu vice, Edman Lara, ex-capitão da polícia e símbolo da luta anticorrupção, reforça a imagem de renovação que o novo governo quer transmitir. Durante a cerimônia de posse, laços com os Estados Unidos foram reestabelecidos, simbolizados pela presença do subsecretário de Estado americano, Christopher Landau.
Com críticas recentes do presidente brasileiro à extrema direita na Bolívia, a relação entre os países pode ser desafiadora. Apesar da intenção de atrair investimentos e abrir a economia, a situação econômica complicada exigirá ações decisivas do novo governo. O futuro de Paz dependerá de sua capacidade de implementar reformas eficazes e de reverter a desconfiança em relação ao seu governo.