Na Escócia, a disparidade na propriedade da terra é alarmante, com 421 indivíduos ou entidades detendo metade das terras rurais privadas do país. Essa concentração é um legado histórico das limpezas das Terras Altas nos séculos XVIII e XIX, que preparou o terreno para a apropriação privada. Uma nova proposta de reforma agrária, apoiada por seus defensores, visa mudar esse cenário, permitindo que o governo escocês intervenha nas vendas de terras e exija a divisão de grandes propriedades.
No entanto, a proposta de reforma levanta questionamentos significativos. Embora a legislação inclua um teste de transferência que exige notificação ao governo para vendas superiores a 1.000 hectares, não há um veto explícito. Além disso, muitos acreditam que uma abordagem mais democrática poderia ter sido implementada por meio de um teste de interesse público, como sugerido pela Comissão de Terras da Escócia em 2019, que exigiria justificativas públicas para grandes aquisições.
As implicações dessa reforma são profundas, refletindo a necessidade de uma distribuição mais equitativa da terra na Escócia. A resistência das forças econômicas poderosas e a falta de garantias sólidas podem dificultar a implementação efetiva da reforma. Assim, o futuro da propriedade da terra na Escócia permanece incerto, exigindo um olhar atento sobre os desdobramentos dessa proposta legislativa.


