Durante uma sessão da CPI do Crime Organizado do Senado, realizada em 25 de novembro de 2025, o promotor Lincoln Gakiya enfatizou a necessidade urgente de integração das polícias no combate ao crime organizado no Brasil. Ele apontou que a falta de coordenação entre as forças de segurança e a polarização política entre governos dificultam ações efetivas contra facções como o PCC, que se tornaram cada vez mais poderosas e estão presentes em todo o território nacional.
Gakiya, que há mais de três décadas investiga o PCC, alertou que o Brasil está se aproximando da condição de um narcoestado, com a facção gerando receitas exorbitantes e infiltrando-se na economia formal. Ele criticou a ausência de uma estrutura coordenada entre as instituições de segurança, citando a Operação Carbono Oculto como um exemplo de ação que avançou apenas devido à iniciativa de servidores, e não por integração institucional.
O promotor propôs a criação de uma Autoridade Nacional de combate ao crime organizado, que envolveria representantes de todas as polícias e do Ministério Público, como solução para superar as rivalidades existentes. Ele também criticou o PL Antifacção, afirmando que não diferencia entre líderes e membros das facções, o que pode comprometer a eficácia das ações contra o crime organizado.

