O fenômeno conhecido como ‘career shrekking’ vem se tornando uma tendência entre profissionais da Geração Z, que frequentemente aceitam cargos abaixo de suas capacidades visando maior segurança no mercado de trabalho. Especialistas como Müller Gomes, da consultoria Robert Half, observam que essa prática está relacionada ao medo de rejeição e instabilidade, especialmente em tempos incertos. Essa estratégia acaba por criar uma ilusão de controle, mas também pode prejudicar o crescimento profissional e a autoestima dos indivíduos.
A aceitação de oportunidades menores pode ser mais comum entre aqueles que estão desempregados, que tendem a se sentir inseguros e dispostos a aceitar qualquer oferta. Segundo Marina Ferreira, da consultoria Korn Ferry, as pessoas estão cada vez mais cautelosas ao considerar transições na carreira, avaliando o impacto emocional e pessoal de cada movimento. Contudo, essa abordagem pode levar ao que especialistas chamam de ‘rust-out’, onde o profissional se sente subutilizado e desmotivado.
O ‘career shrekking’ não é apenas uma escolha pessoal, mas também reflete práticas organizacionais que favorecem a manutenção de equipes menos desafiadoras. Essa dinâmica pode resultar em um ciclo vicioso, onde tanto profissionais quanto empresas perdem oportunidades de crescimento e inovação. Para reverter esse quadro, é essencial que os profissionais invistam em autoconfiança e busquem desafios que agreguem valor à sua trajetória.