Na madrugada de 4 de novembro, o presidente da Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA), Abraão Lincoln Ferreira da Cruz, teve sua prisão decretada pelo senador Carlos Viana, presidente da CPMI do INSS. A prisão se deve a acusações de falso testemunho durante seu depoimento na sessão iniciada no dia anterior, onde Abraão foi questionado sobre laços com o tesoureiro da CBPA, que é padrinho de um de seus netos.
O depoente se viu em apuros ao tentar explicar suas respostas contraditórias sobre a relação com o tesoureiro, alegando problemas auditivos e confusão em suas declarações. A situação se complica com a revelação de uma movimentação financeira de R$ 5 milhões entre Abraão e o tesoureiro, o que intensifica as suspeitas sobre a integridade das transações realizadas pela CBPA. O escândalo do INSS, que envolve denúncias de fraudes em descontos de aposentadorias, já havia gerado a abertura de inquéritos pela Polícia Federal e ações da Controladoria-Geral da União.
A repercussão da prisão de Abraão Lincoln nas redes sociais foi imediata, com comentários de parlamentares ressaltando a gravidade da situação. A CPMI, que investiga irregularidades no sistema previdenciário, segue sob pressão para esclarecer os vínculos entre instituições e possíveis práticas fraudulentas. O desdobramento deste caso poderá impactar a confiança nas associações que atuam no setor e suas relações com aposentados e segurados, além de acirrar o debate sobre a regulamentação dessas entidades no Brasil.

