Na tarde de quarta-feira (12), quatro policiais militares armados entraram na Emei Antônio Bento, localizada no Butantã, São Paulo, após um pai acionar a polícia por conta de um desenho feito por sua filha, que representava um orixá. O pai alegou que a criança estava sendo obrigada a participar de aulas sobre religião africana. O descontentamento já havia sido manifestado um dia antes, quando o pai retirou o desenho do mural da escola, gerando um clima de tensão.
A diretora da escola, Aline Aparecida Nogueira, declarou que a unidade não trabalha com doutrinas religiosas, mas sim com um currículo antirracista. Ela relatou ter sido intimidadas pelos policiais durante a visita, que durou mais de uma hora. O incidente causou revolta entre os pais dos alunos, que se dispuseram a prestar depoimentos sobre a situação, destacando a preocupação com a segurança emocional de seus filhos.
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo está investigando o caso e analisando imagens das câmeras corporais dos policiais. A Secretaria Municipal de Educação também se manifestou, esclarecendo que as aulas sobre a cultura afro-brasileira estão dentro das diretrizes curriculares. O Sindicato dos Profissionais de Educação expressou apoio à escola e pediu a apuração dos acontecimentos, enfatizando a importância da autonomia pedagógica e a segurança de educadores e alunos.


