A Polícia Federal desmantelou uma fábrica clandestina de armas em Santa Bárbara d’Oeste, São Paulo, que tinha capacidade para produzir até 3.500 fuzis por ano. O local, oficialmente registrado como uma empresa de peças aeroespaciais, operava em regime de linha de montagem, revelando um padrão industrial no processo de fabricação. A investigação aponta que os armamentos eram destinados a facções criminosas, incluindo o Comando Vermelho, evidenciando a gravidade do crime organizado na região.
Os peritos descreveram a estrutura da fábrica como uma instalação de alta tecnologia, equipada com centros de usinagem de Controle Numérico Computadorizado e outras máquinas de precisão. A produção não se limitava a ser artesanal; a quadrilha utilizava engenharia reversa para reproduzir modelos de fuzis e pistolas, o que demonstra um nível de sofisticação incomum no mercado ilegal. Além disso, as armas eram vendidas a preços que variavam entre R$ 12 mil e R$ 18 mil, com pagamentos realizados via transferências eletrônicas.
O esquema, avaliado como uma das maiores operações de industrialização de armas clandestinas do Brasil, levanta questões sérias sobre a segurança pública e a eficácia das políticas de combate ao crime organizado. Com a prisão de alguns envolvidos e a continuação das investigações, as autoridades buscam desmantelar completamente a rede que alimenta a violência armada no país. O caso destaca a necessidade urgente de uma resposta mais robusta às ameaças representadas pela produção e distribuição ilegal de armamentos.


