Polícia do Rio identifica mortos em operação; 17 não tinham antecedentes

Fernando Alcântara Mendonça
Tempo: 2 min.

A Polícia Civil do Rio de Janeiro publicou, no último domingo, os perfis de 115 das 117 pessoas mortas na Operação Contenção, realizada em 28 de outubro nos Complexos do Alemão e da Penha. Segundo o relatório da Ouvidoria Geral da Defensoria Pública, mais de 95% dos identificados tinham vínculos confirmados com o Comando Vermelho, uma das principais facções criminosas do país. Apenas 17 dos mortos não apresentavam histórico criminal, mas investigações sugerem que 12 deles poderiam estar envolvidos em atividades de tráfico nas redes sociais.

A operação, considerada uma das mais letais na história do Rio de Janeiro, resultou na morte de indivíduos, muitos dos quais eram de outros estados do Brasil, com 62 deles não sendo da região. O documento oficial classifica os mortos como “neutralizados” e menciona que 59 deles possuíam mandados de prisão pendentes. Isso levanta preocupações sobre a abordagem da polícia em operações desse tipo, especialmente em relação ao tratamento das vítimas e à transparência nas ações policiais.

As repercussões desse caso podem ser significativas, especialmente com o Ministro Alexandre de Moraes do STF se reunindo com autoridades locais para discutir os desdobramentos da operação. A Ordem dos Advogados do Brasil estabeleceu um observatório para monitorar a legalidade das ações policiais durante a operação. As discussões em torno da necessidade de regulamentação e supervisão de operações policiais no estado tendem a intensificar-se à medida que mais informações forem divulgadas.

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