O padre Danilo César, da Paróquia de Areial, na Paraíba, não será indiciado por intolerância religiosa após fazer comentários questionadores durante uma missa em julho sobre a morte da cantora Preta Gil. A Polícia Civil da Paraíba concluiu que a conduta do sacerdote não se enquadra nas definições legais de crime, encerrando o inquérito iniciado por denúncias de intolerância religiosa.
Durante a celebração, transmitida online, o padre associou a morte da artista, ocorrida em 20 de julho devido a um câncer, à sua fé em religiões afro-brasileiras, questionando o poder dos orixás. As declarações do sacerdote geraram ampla repercussão negativa nas redes sociais e foram alvo de críticas de diversas entidades religiosas, que solicitaram sua responsabilização. A família de Preta Gil, liderada por Gilberto Gil, entrou com uma ação por danos morais, alegando que as falas do padre configuram intolerância religiosa e ofensas à memória da cantora.
Após o encerramento do inquérito, entidades religiosas na Paraíba manifestaram preocupação com a liberdade religiosa, ressaltando que esse direito não deve ser usado como justificativa para discursos de ódio. A ação judicial da família Gil, que busca uma indenização de R$ 370 mil, destaca a gravidade das declarações do padre e seu impacto negativo sobre as religiões de matriz africana. A continuidade desse caso poderá influenciar debates sobre liberdade de expressão e respeito à diversidade religiosa no Brasil.


