O Ministério Público Federal (MPF) abriu um inquérito para apurar indícios de fraudes no Sistema de Comercialização e Transporte de Produtos Florestais (Sisflora) em Mato Grosso. A investigação foi motivada por um relatório do Ibama, que revelou vulnerabilidades no sistema que possibilitaram a manipulação de dados por criminosos. Essa prática resultou na emissão de créditos virtuais, permitindo a legalização de madeira extraída de forma ilegal das florestas locais.
Mato Grosso tem um histórico preocupante de escândalos relacionados à manipulação do Sisflora por empresários e figuras políticas proeminentes. Em 2023, o Ibama já havia embargado e multado várias empresas envolvidas na exploração ilegal de madeira, com mais de 22.000 metros cúbicos sendo comercializados com informações falsas. As apurações do MPF, lideradas pelo procurador Gabriel Infante Magalhães Martins, buscam desmantelar esse esquema de fraudes que compromete a integridade dos recursos florestais.
As implicações desta investigação são significativas, uma vez que expõem a fragilidade dos mecanismos de controle ambiental no estado. A manipulação de dados no Sisflora não apenas prejudica a conservação das florestas, mas também afeta comunidades que dependem desses recursos. O desdobramento do inquérito pode levar a consequências legais severas para os envolvidos, além de exigir uma revisão dos processos de fiscalização ambiental no Brasil.


