A presidente do Superior Tribunal Militar (STM), ministra Maria Elizabeth Rocha, denunciou o ministro Carlos Augusto Amaral Oliveira por ter adotado um ‘tom misógino’ ao criticá-la por seu pedido de perdão às vítimas da ditadura militar. A declaração surgiu durante a abertura de uma sessão e se refere a um ato realizado em 25 de outubro, onde Maria Elizabeth pediu desculpas pelas omissões da Justiça Militar, gesto que foi amplamente aplaudido. A ministra enfatizou que seu pedido de perdão não tinha conotação política, mas sim um compromisso com a responsabilidade pública.
No entanto, a fala de Carlos Augusto na sessão anterior, onde sugeriu que a ministra deveria estudar mais a história do STM, foi considerada por Maria Elizabeth como desrespeitosa e misógina. Ela argumentou que a crítica não apenas desmereceu sua posição, mas também ofendeu todas as mulheres na magistratura. A ministra destacou que a divergência de ideias é válida, mas não pode ser expressa de maneira que diminua ou humilhe os outros.
A situação, que gerou um intenso debate, expõe as tensões de gênero presentes em instituições históricas como o STM, onde apenas duas mulheres ocupam cadeiras. Este episódio ressalta a necessidade de um ambiente mais respeitoso e igualitário no âmbito jurídico, além de impulsionar uma reflexão sobre o papel das mulheres na Justiça brasileira. O desdobramento dessa controvérsia poderá influenciar futuras discussões sobre igualdade de gênero nas esferas do poder.

