Desde o início de 2023, quase 50% das vagas destinadas a pessoas pretas e pardas em concursos para juízes nos Tribunais Regionais Federais permaneceram sem preenchimento. Embora esse dado indique um avanço em relação ao cenário anterior, onde não havia aprovados por meio das cotas raciais, a situação ainda evidencia desafios persistentes na política de inclusão do Judiciário brasileiro.
A falta de preenchimento dessas vagas ressalta as dificuldades enfrentadas na implementação das cotas raciais, um instrumento criado para promover a diversidade e a igualdade de oportunidades no sistema jurídico. O Judiciário, sendo uma das carreiras mais bem remuneradas, deveria refletir a pluralidade da sociedade brasileira, e a continuidade desse problema pode comprometer a eficácia das políticas de inclusão.
O que se observa é uma necessidade urgente de revisão e aprimoramento das estratégias de recrutamento e formação de candidatos, a fim de garantir que as vagas destinadas às cotas raciais sejam efetivamente ocupadas. O futuro da justiça no Brasil depende da capacidade de tornar o Judiciário mais representativo e acessível a todos os segmentos da população.


