Em outubro de 2025, o mercado de crédito privado brasileiro passou por uma correção significativa nos spreads, afetando a rentabilidade dos fundos de debêntures. Após meses de compressão, os spreads aumentaram 50 pontos-base, encerrando o mês em -30 bps, enquanto as emissões de debêntures totalizaram R$ 59,9 bilhões, uma alta de 21% em relação a setembro.
Embora as emissões tenham se recuperado, as debêntures incentivadas enfrentaram uma queda de 17%, somando R$ 16,6 bilhões. A situação é complexa, pois muitos fundos de debêntures incentivadas registraram retornos negativos, o que é incomum, e os gestores alertam para um possível aumento nos resgates, especialmente após meses negativos. Essa correção nos spreads pode levar a vendas de ativos com desconto, ampliando ainda mais a abertura dos spreads.
Apesar da volatilidade no mercado, algumas gestoras veem a situação atual como uma oportunidade para investimentos em fundos de infraestrutura. Com a incerteza sobre a demanda futura e o risco de resgates, o cenário exige cautela. O comportamento do mercado nos próximos meses será crucial para determinar se essa correção resultará em uma recuperação sustentável ou em um ciclo de vendas forçadas.

