O advogado-geral da União, Jorge Messias, permanece como o principal candidato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para uma vaga no Supremo Tribunal Federal, mesmo diante das preocupações manifestadas por senadores após a recente recondução do procurador-geral da República. Lula deverá abordar essa questão em uma reunião antes de sua viagem à África do Sul, onde participará da cúpula do Brics nos dias 22 e 23. A votação apertada para a recondução do procurador foi um sinal de alerta para o governo, mas não parece ter afetado a escolha de Messias.
Nos bastidores, auxiliares do presidente consideram que Messias pode navegar pelas dificuldades políticas de forma mais eficaz do que seu antecessor. Antes de oficializar a indicação, Lula planeja um encontro com o ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e o ministro do Tribunal de Contas da União, Bruno Dantas, que também são mencionados como possíveis candidatos. A estratégia do governo inclui a aproximação de Messias com senadores, especialmente aqueles de orientação conservadora, considerando que sua identidade evangélica pode ser um fator positivo.
A indicação de Messias, assim como a do procurador-geral, terá que passar pela sabatina na Comissão de Constituição e Justiça do Senado e, posteriormente, pela votação no plenário, onde são necessários ao menos 41 votos para aprovação. O líder do governo no Senado, Jaques Wagner, expressou confiança na escolha de Messias, afirmando que não vislumbra um retrocesso nessa decisão. Com a aposentadoria antecipada do ex-presidente do STF, Luís Roberto Barroso, a expectativa é que Lula faça uma escolha mais ágil desta vez, embora a pressão política continue a ser um fator relevante no processo.


