Durante dois anos, Andreson de Oliveira Gonçalves se apresentou como advogado em Brasília e Cuiabá, utilizando uma carteira da OAB do Pará que foi obtida de forma fraudulenta e anulada em 2020. Ele se destacou como lobista, sendo descrito pelo ministro Cristiano Zanin, do STF, como o responsável por um ‘comércio de decisões judiciais’ no Superior Tribunal de Justiça (STJ). O escândalo revela um esquema complexo que envolve corrupção e manipulação de decisões judiciais.
Gonçalves, originário de Primavera do Leste, em Mato Grosso, construiu um império informal de influência através da empresa Florais Transportes. Segundo um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), ele e seus sócios realizaram transações suspeitas que envolveram mais de 1,5 mil pessoas e movimentaram cerca de 2,8 bilhões de reais. A situação se agrava com mensagens interceptadas pela Polícia Federal, onde Gonçalves se gabava de acesso antecipado a decisões do STJ.
Atualmente, Gonçalves está em prisão domiciliar e tenta fechar um acordo de colaboração premiada, mas as negociações enfrentaram obstáculos. A Polícia Federal continua a investigar o conteúdo do celular recuperado, que pode revelar os beneficiários desse esquema de corrupção. O caso levanta preocupações sobre a integridade do sistema judicial brasileiro e o envolvimento de servidores públicos em práticas ilícitas.

